Atriz, bailarina, diretora e coreógrafa. A partir de
1989 começa a atuar em solos de sua própria criação e mais recentemente cria
sua própria Companhia com projetos contemplados pelo Programa Municipal de
Fomento à Dança.
O que te faz aceitar participar de
produções em curta-metragem?
A
possibilidade do exercício cênico com a câmera e o desafio da síntese que
significa trabalhar com curtas. Aceito
participar quando percebo que vejo a possibilidade de entrar em contato com
assuntos e realidades ficcionais ou documentais que me interessam, que me
tocam.
Conte sobre a sua experiência em
trabalhar em produções em curta-metragem.
Participei
como atriz em três curtas. Um exercício para finalização de um curso na Oficina
Três Rios, sob a direção de um diretor japonês, ótimo- Joel Yamaji; outro sob
direção de Luiz Otávio de Santi, inspirado na obra de Samir Yasbek: O Fingidor,
e, um outro, sobre a vida de uma pessoa que teve derrame cerebral e estava numa
cama prestes a morrer, onde eu era sua esposa. Foram todas
experiências muito fortes, pois foram feitas em condições não ideias do ponto
de vista financeiro, mas envolviam uma profunda vontade e necessidade de
contar, através de imagens, aquelas histórias, aquelas visões.
Por que os curtas não têm espaço em críticas
de jornais e atenção da mídia em geral?
Não sei!
Talvez porque são um formato mais exigente, em termos midiáticos, do ponto de
vista do mercado?
Tenho
assistido bastante coisa, quando possível, no canal Brasil. Adoro ver
curtas de diretores como Chaplin, Mac Laren, Polanski, dentre outros. Cláudio
Gimenez, meu companheiro, é fanático por cinema e tem bastante material. Ele é
fotógrafo da companhia de teatro e dança que dirijo e fez as fotos de dois
desses curtas-metragens que realizei como atriz.
Na sua opinião, como deveria ser a exibição
dos curtas para atingir mais público?
Talvez exibição
nos intervalos das programações da TV e no cinema, antes do começo das
exibições dos longas. Ou mesmo, programações específicas para sua exibição, nos
cinemas e nos canais de TV.
O curta-metragem para um profissional (seja
ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para
experimentação?
Sem dúvida
deve ser. Não sou especialista em cinema, mas imagino que, assim como na música
e em outras artes, as peças curtas, ou contos, ou mesmo dramaturgias de peças
curtas são um gênero em si e também podem ser experimentos para outros vos mais
longos.
O curta-metragem é um trampolim para fazer um
longa?
Não sei se
diria trampolim, mas pode ser um veículo de inspiração e experimentação para
fazer um longa-metragem.
Qual é a receita para vencer no audiovisual
brasileiro?
Não sei se
podemos falar em receita de sucesso. No meu fazer artístico nunca me pautei por
essa ideia de descobrir como fazer sucesso. O que significaria vencer no
audiovisual brasileiro?
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Como eu
disse, não tenho intenções de trabalhar na criação de filmes, curtas ou longas.
Sou uma apreciadora da arte do cinema e gostei muito de fazer os experimentos
de atuação com câmera, tanto nos curtas como no único longa que fiz, mas foram
experimentos sempre como atriz.