sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Yunes Chami


Desde 1969 na área artística, participou em mais de 50 montagens de espetáculos teatrais – como ator e diretor – e mais de 50 filmes publicitários, institucionais, documentários e vídeos. Na sua formação artística, destacam-se as experiências no CPT/SESC, com Antunes Filho e no Teatro do Centro da Terra, com Ricardo Karman. Fez curtas e longas-metragens, novelas e séries especiais.

O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Aquilo que está por trás das lentes: o olhar de um diretor atento às mudanças que ocorrem no dia a dia da humanidade; a inquietação e ousadia em inovar; enfim, o processo criativo pelo qual toda a obra passa, ensejando boas propostas, que são apresentadas ao ator, a fim de que ele estude a melhor maneira de absorvê-las e bem montar as características de personalidade da personagem que lhe está sendo confiada.

Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Fiz poucos curtas-metragens:

1986 – “Os Pássaros” (José Roberto Giusti) - II Conc. Brasileiro Cinema Super 8.

1987 / 1988 – “O Candidato” (José Roberto Giusti) - III Concurso Brasileiro de Cinema Super 8 e Festival de Cinema de Gramado, do meu grande amigo Giusti.

2007 – “Oras Bolas” (direção e roteiro: Rafael Alves).

2008 – “Crise Interna” (roteiro: Bruno Machine).

2009 – “A Chave na Porta” (direção: Letícia Castilho).

2011 – “Eu Só Vim Telefonar” (roteiro e direção: Marcelo Spolidoro).

Esses todos com uma galera motivada pelo curso que estavam fazendo, cujas experiências devem ter valido muito no início de suas carreiras.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Os meios de Comunicação estão sempre às voltas com o estabelecimento das pautas diversas. Poderiam, aí, incluir artigos/colunas, etc., onde abordassem as novidades desse mercado - surgimento de novas ideias, novos diretores, onde ocorrem as exibições, os festivais. Aí, pergunto: será que os responsáveis têm interesse nessa divulgação? Material suficiente e interessante, certamente, a mídia terá.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Deveriam ser incluídos para exibição nos cinemas, antes dos longas-metragens, como meio de despertar a curiosidade do público. Os festivais poderiam ter maior repercussão, com a exibição dos concorrentes e dos vencedores na mídia. Aí, talvez, uma legislação adequada, normalizando esse e outros aspectos, seja o caminho.

O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Grandes produções de curtas-metragens reforçam isso. Você pode ousar mais, sem envolver grandes “números”. O processo criativo tem necessidade dessa liberdade que você cita na pergunta. Os eventuais, e parcos, patrocinadores agradecem.

O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Pode ser que sim. Também, há profissionais de curtas que escolhem essa estrada e não trocam por nada.

Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Não sei lhe dizer. Os profissionais, diretamente envolvidos na feitura de um curta-metragem, poderiam responder com mais propriedade do que eu, pois não tenho muita experiência na área.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Não estou com essa bola toda. Se for para dirigir os atores, servindo de “intérprete” entre autor e diretor, tô nessa!!!