Desde
1969 na área artística, participou em mais de 50 montagens de espetáculos teatrais
– como ator e diretor – e mais de 50 filmes publicitários, institucionais,
documentários e vídeos. Na sua formação artística, destacam-se as experiências
no CPT/SESC, com Antunes Filho e no Teatro do Centro da Terra, com Ricardo Karman. Fez curtas
e longas-metragens, novelas e séries especiais.
O que te faz aceitar participar de
produções em curta-metragem?
Aquilo que está por trás das lentes: o olhar de um diretor atento às
mudanças que ocorrem no dia a dia da humanidade; a inquietação e ousadia em
inovar; enfim, o processo criativo pelo qual toda a obra passa, ensejando boas
propostas, que são apresentadas ao ator, a fim de que ele estude a melhor maneira
de absorvê-las e bem montar as características de personalidade da personagem
que lhe está sendo confiada.
Conte sobre a sua experiência em
trabalhar em produções em curta-metragem.
Fiz poucos curtas-metragens:
1986 – “Os Pássaros” (José Roberto Giusti) - II Conc. Brasileiro Cinema
Super 8.
1987 / 1988 – “O Candidato” (José Roberto Giusti) - III Concurso Brasileiro
de Cinema Super 8 e Festival de Cinema de Gramado, do meu grande amigo Giusti.
2007 – “Oras Bolas” (direção e roteiro: Rafael Alves).
2008 – “Crise Interna” (roteiro: Bruno Machine).
2009 – “A Chave na Porta” (direção: Letícia Castilho).
2011 – “Eu Só Vim Telefonar” (roteiro e direção: Marcelo Spolidoro).
Esses todos com uma galera motivada pelo curso que estavam fazendo, cujas
experiências devem ter valido muito no início de suas carreiras.
Por que os curtas não têm espaço em
críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Os meios de Comunicação estão sempre às voltas com o estabelecimento das pautas
diversas. Poderiam, aí, incluir artigos/colunas, etc., onde abordassem as
novidades desse mercado - surgimento de novas ideias, novos diretores, onde
ocorrem as exibições, os festivais. Aí, pergunto: será que os responsáveis têm
interesse nessa divulgação? Material suficiente e interessante, certamente, a mídia
terá.
Na sua opinião, como deveria ser a
exibição dos curtas para atingir mais público?
Deveriam ser incluídos para exibição nos cinemas, antes dos longas-metragens,
como meio de despertar a curiosidade do público. Os festivais poderiam ter
maior repercussão, com a exibição dos concorrentes e dos vencedores na mídia.
Aí, talvez, uma legislação adequada, normalizando esse e outros aspectos, seja
o caminho.
O curta-metragem para um profissional
(seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para
experimentação?
Grandes produções de curtas-metragens reforçam isso. Você pode ousar mais,
sem envolver grandes “números”. O processo criativo tem necessidade dessa
liberdade que você cita na pergunta. Os eventuais, e parcos, patrocinadores agradecem.
O curta-metragem é um trampolim para
fazer um longa?
Pode ser que sim. Também, há profissionais de curtas que escolhem essa
estrada e não trocam por nada.
Qual é a receita para vencer no
audiovisual brasileiro?
Não sei lhe dizer. Os profissionais, diretamente envolvidos na feitura de um
curta-metragem, poderiam responder com mais propriedade do que eu, pois não
tenho muita experiência na área.
Pensa em dirigir um curta
futuramente?
Não estou com essa bola toda. Se for para dirigir os atores, servindo de
“intérprete” entre autor e diretor, tô nessa!!!