quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Newton Cannito


Cineasta e roteirista. Foi um dos criadores e roteirista-chefe do seriado 9mm: São Paulo, exibido pela FOX Brasil. Em 2010 assumiu o comando da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura . Permaneceu no cargo até 2012. Ao longo de sua gestão, defendeu a diversificação da produção audiovisual brasileira e a exploração de tecnologias digitais de produção e distribuição e a adoção de estratégias transmidiáticas.

O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Ajudo quando gosto do projeto. Fiz um agora com o Fernando Camargo, um roteiro para o curta-metragem dele que amei. Chama-se “Hipócrates”, é sobre médicos em pronto socorros. Amei fazer e boto maior fé no filme.

Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Fiz alguns como esse. Dirigi um chamado “Hotel do Saulo”, junto com Eduardo Benaim e Leandro Saraiva. Fiz “Amsterdã” com o Fabinho. É sempre um espaço de aprendizado. Geralmente eu acho até mias difícil que longa-metragem, pois exige concisão e não tenho ainda a manha do formato. É um treino. Terminei um curta novo agora, chamado “Os Formigas”. Bem louco. Escrevi e dirigi.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Porque não tem modelo de distribuição. Tem que pensar um modelo de distribuição para os curtas e ai ele conquistará espaço.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Não sou a favor da obrigatoriedade do curta-metragem antes do longa. Isso nunca. Mas queria fazer um projeto que chama “Comensal”. “Comensal” é o peixe que fica perto do tubarão e pega restos. Queria curtas feito para ser no estilo do longa, para passar antes por interesse do próprio diretor do longa. Isso iria treinando. Mas o principal é fazer projetos em escolas. O curta é o ideal para a escola. Ai tem que fazer mais temático.

O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Também. Não só, mas também. Mas experimentar pressupõem um público. Você só experimenta algo com um público. O momento do curta não é experimentar, é primeiro entender o público e conquistar o seu público. Aí dá para experimentar. Experimentar sem público é autismo. Experimentar é fazer algo novo para um determinado público.

O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Já foi, mas não é mais. Antigamente o cara acertava um curta-metragem e logo fazia um longa. Agora vejo curtas ótimos que o diretor não consegue fazer longa-metragem. É uma pena. Seria normal. Mas não é só isso. O legal e natural seria ser como o Jorge Furtado, que mesmo fazendo longas vira e mexe volta e fazer um curta-metragem. Circular é o natural.

Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Não deixar que a burocracia e a chatice da produção extermine com seus ideias estéticas.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Como eu disse já dirigi “Hotel do Saulo” e agora terminei “Os Formigas”. Em breve num festival próximo a vocês!!!