Cineasta e roteirista.
Foi um dos criadores e roteirista-chefe do seriado “9mm: São
Paulo”, exibido pela FOX Brasil. Em 2010
assumiu o comando da Secretaria do Audiovisual do Ministério da
Cultura .
Permaneceu no cargo até 2012. Ao longo de sua gestão, defendeu a diversificação da
produção audiovisual brasileira e a exploração de tecnologias digitais de
produção e distribuição e a adoção de estratégias transmidiáticas.
O que te
faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Ajudo
quando gosto do projeto. Fiz um agora com o Fernando Camargo, um roteiro para o
curta-metragem dele que amei. Chama-se “Hipócrates”, é sobre médicos em pronto
socorros. Amei fazer e boto maior fé no filme.
Conte
sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Fiz
alguns como esse. Dirigi um chamado “Hotel do Saulo”, junto com Eduardo Benaim
e Leandro Saraiva. Fiz “Amsterdã” com o Fabinho. É sempre um espaço de
aprendizado. Geralmente eu acho até mias difícil que longa-metragem, pois exige
concisão e não tenho ainda a manha do formato. É um treino. Terminei um curta
novo agora, chamado “Os Formigas”. Bem louco. Escrevi e dirigi.
Por que
os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Porque não
tem modelo de distribuição. Tem que pensar um modelo de distribuição para os
curtas e ai ele conquistará espaço.
Na sua
opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Não sou a
favor da obrigatoriedade do curta-metragem antes do longa. Isso nunca. Mas
queria fazer um projeto que chama “Comensal”. “Comensal” é o peixe que fica
perto do tubarão e pega restos. Queria curtas feito para ser no estilo do longa,
para passar antes por interesse do próprio diretor do longa. Isso iria
treinando. Mas o principal é fazer projetos em escolas. O curta é o ideal para
a escola. Ai tem que fazer mais temático.
O
curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção)
é o grande campo de liberdade para experimentação?
Também. Não
só, mas também. Mas experimentar pressupõem um público. Você só experimenta
algo com um público. O momento do curta não é experimentar, é primeiro entender
o público e conquistar o seu público. Aí dá para experimentar. Experimentar sem
público é autismo. Experimentar é fazer algo novo para um determinado público.
O
curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Já foi,
mas não é mais. Antigamente o cara acertava um curta-metragem e logo fazia um
longa. Agora vejo curtas ótimos que o diretor não consegue fazer longa-metragem.
É uma pena. Seria normal. Mas não é só isso. O legal e natural seria ser como o
Jorge Furtado, que mesmo fazendo longas vira e mexe volta e fazer um curta-metragem.
Circular é o natural.
Qual é a
receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Não
deixar que a burocracia e a chatice da produção extermine com seus ideias estéticas.
Pensa em
dirigir um curta futuramente?
Como eu
disse já dirigi “Hotel do Saulo” e agora terminei “Os Formigas”. Em breve num
festival próximo a vocês!!!