Ator. No
teatro, dentre outras, fez peças de Nelson Rodrigues, Plínio Marcos, Shakespeare, Maquiavel, Jean Genet e Harold
Pinter. Na televisão, esteve em novelas de grande sucesso, como "Xica da
Silva" e "Mandacaru" (Manchete), "O Cravo e a Rosa"
(Globo), "Canavial de Paixões" (SBT), "A Escrava Isaura",
"Prova de Amor", "Caminhos do Coração" e "Os
Mutantes" (Record). Em
2007, recebe o Troféu Raça Negra de Melhor Ator pelo Bené, de "Caminhos do
Coração". Em 2010, ganhou o Arlequim de Melhor Ator do Festival de Teatro
do Rio com "Morte Sobre a Lama", de Ricardo Torres.
O que te faz aceitar participar de
produções em curta-metragem?
Porque curto muito fazer cinema, uma arte que fica para o futuro, seja curta
ou longa-metragem. Se o projeto for desafiador, e eu tiver disponibilidade de
tempo, vou querer fazer.
Conte sobre a sua experiência em
trabalhar em produções em curta-metragem.
Tem sido uma experiência bem interessante e enriquecedora. Eu me envolvo da
mesma forma que me envolveria fazendo um longa-metragem, teatro, ou televisão.
Foco muito na criação do meu personagem, acompanhando, quando possível, os
outros itens da criação. E isto faz com que eu esteja sempre aprendendo um
pouco mais.
Por que os curtas não têm espaço em
críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Não sei. Talvez porque o curta, infelizmente, seja considerado como um
produto a ser exibido praticamente só em festivais de cinema. E daí deem a ele
menos atenção do que mereceria.
Na sua opinião, como deveria ser a
exibição dos curtas para atingir mais público?
Para que ele atingisse um público maior, talvez fosse o caso de voltar à
existência a lei que obrigava sua exibição nos cinemas, antes do longa. Uma boa
divulgação também é fundamental.
O curta-metragem para um profissional
(seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para
experimentação?
No curta, há muito mais facilidades com relação à participação de pessoas
interessantes, tanto no elenco quanto na ficha técnica, por diversos motivos:
tempo de execução, descomprometimento com o mercado formal, possibilidade de
grandes personagens, nem sempre disponíveis em outras mídias, etc. Há também a
questão financeira, que envolve infinitamente menos custos do que na realização
de um longa. O próprio resultado do trabalho pode influenciar na frequência da
exibição, já que o diretor e/ou produtor, caso não fiquem tão satisfeitos com o
produto final, podem optar por não exibi-lo muitas vezes. Quando você não
precisa atender a interesses outros que não sejam exatamente os da criação
artística, naturalmente você fica mais livre para dar mergulhos ou saltos. Que
são sempre mais desafiadores do que a mera caminhada.
O curta-metragem é um trampolim para
fazer um longa?
Como diria Caetano Veloso, “ou não”. Com certeza, muitos estudantes
recém-formados em cinema começam pelos curtas. É uma forma de aprender a fazer,
experimentar e exercitar para depois se arriscar a fazer um longa. Mas... há
pessoas que acham a linguagem do curta mais interessante, mais livre, mais
aberta à experimentação, e preferem ficar apenas com eles. Há espaço pra todo
mundo, sempre.
Qual é a receita para vencer no
audiovisual brasileiro?
Receitas não existem. Mas uma mistura de talento, disposição, sorte, ótima
rede social, muita determinação, boas escolhas, etc., etc., etc., pode ser que
ajude.
Pensa em dirigir um curta
futuramente?
Não. Meu grande barato é mesmo atuar.