Atriz.
Atuou nas telenovelas “Sete Vidas” e “Em Família”.
O que te
faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
A magia do cinema é muito sedutora, produzir e atuar
em curtas traz a possibilidade de vivenciarmos este processo em um formato mais
curto e não menos maravilhoso. Outro ponto bacana é a possibilidade de ousar na
linguagem, aliada à liberdade de falar sobre o que se quer, sem o compromisso
com a "venda" do produto, neste mercado restrito do cinema.
Conte
sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Atualmente, estou iniciando a produção de um curta
sobre o universo afrodescendente. Em parceria com a Cia. de Teatro Heliópolis,
Mario Masetti e a Redoma Digital, estamos vivendo uma experiência incrível.
Formatar o roteiro, estruturar a produção com uma equipe jovem e cheia de
vontade e, principalmente, trazer um argumento que abarque tão diversas e
profundas experiência no universo do negro, tem sido ímpar. Que o resultado
contemple este rico processo!
Por que
os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Assim como em outras artes, esta é uma conquista
que, aos poucos ganha amplitude, principalmente na cultura alternativa. Os
veículos de divulgação ainda são direcionados para uma mídia de resultados que
abafa a diversidade cultural. Temos um caminho a trilhar e esta
responsabilidade é nossa, artistas comprometidos com a produção cultural proativa
e não refém da manipulação negativa da informação e formação cultural.
Na sua
opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público
Cada vez mais, em diversos espaços alternativos e
educativos.
O
curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção)
é o grande campo de liberdade para experimentação?
Certamente, as possibilidades de realização e
criatividade são incríveis e amplas. Uma vez que o compromisso maior é com o
que se quer comunicar, além das atuais facilidades tecnológicas para a
realização, a produção de curtas é um próspero tubo de ensaio de linguagens!
O
curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Experiência viciante, (risos). Penso também nas possibilidades
profissionais oferecida, com as diversas áreas envolvidas na produção. É porta
aberta para outras artes também.
Qual é a
receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Insistir no sonho e pensar em argumentos que
dialoguem com as particularidades e necessidades da nossa cultura. Um olhar
focado nas inquietações humanas com certeza ecoa na curiosidade das pessoas.
Pensa em
dirigir um curta futuramente?
Vai rolar, (risos). Estou adorando esta
possibilidade, 'inda mais ao lado de profissionais que admiro!