sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Jaqueline Brambilla


Atriz, bailarina e cantora. Atualmente integra o elenco do musical "Nuvem de Lágrimas".

O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Primeiramente, o interesse pela arte. Gosto de estar sempre envolvida com atividades que agregam para com o meu crescimento profissional, e participar de um curta-metragem é sem sombras de dúvida, algo extraordinariamente artístico.

Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
É algo totalmente diferente do que eu estava acostumada. Há dez anos que venho desenvolvendo trabalhos como atriz de teatro, e conter a energia externa para internaliza-la é um experimento do qual tive que passar. Questões como afinação da luz, horário do dia para filmar, ângulo da câmera, ambientação, som do lugar, enfim... são detalhes que interferem decisivamente na filmagem da cena, e que eu nunca saberia disso ao assistir qualquer filme se eu não tivesse participado de um.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Penso que a mídia está muito focada em exibir sempre grandes produções, principalmente as "Hollywoodianas". Geralmente os curtas-metragens são executados com pouco incentivo financeiro, o que os enquadra num "perfil" não interessante. Alguns jornais locais estão dando maior atenção aos curtas, mas ainda é tudo muito sutil, mais como forma de noticiário mesmo. 

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Além dos festivais de curta-metragem que já existem no país e no exterior, deveriam existir nos canais de TV mais acessíveis e populares, uma programação específica para exibições. Uma utopia talvez, mas com certeza, um grande público conseguiria ter acesso ao material.

O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Acho que em tudo o que fazemos pode ser um grande espaço para experimentação! Propor, inovar, reconstruir, indagar, pesquisar são sempre caminhos importantes para a experimentação, e o mundo do cinema é maravilhoso, mágico. Incrível ver como as imagens se constroem e se impõem na tela.

O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Com certeza! Penso que a diferença maior é o tempo de gravação e os gastos! Não sou tão experiente assim para afirmar algo tão concreto, mas foi o que percebi de forma geral, afinal criar um roteiro, ter bons atores, um set de filmagem, edição, são fatores presentes em ambas as produções.

Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
A versatilidade.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Seria bem interessante! Mas me daria melhor como assistente de direção. Gosto de observar os detalhes.