Ator
e diretor. No cinema, em 2000, atua no filme “Através da Janela”, de
Tata Amaral.
O que te
faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Uma
história convincente com um fundo de mensagem subentendida, que critique a vida
que levamos e nos transporte pra uma outra realidade. Como diria
Truffaut: o prazer dos olhos.
Conte sobre a sua experiência em
trabalhar em produções em curta-metragem.
Não fiz
muitos curtas, fiz agora um curta com Pedro Severein e fui muito bom. Essa
curta é muito importante pra mim porque perdi meu pai enquanto filmava. Mais
houve uma época quando trabalhei no Teatro Oficina que era muito chamado, mais
comecei a me entediar porque muitos estudantes fazem muitas porcarias de curta.
Considero uma linguagem difícil.
Por que os curtas não têm espaço
em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Acredito
que é por ter uma linguagem que se aproximaria do clip. (risos). Na verdade
sinto que é porque o retorno pra mídia é mais rápido, mais barato e eficaz.
Vide o sucesso do Festival do Minuto.
Na sua opinião, como deveria ser
a exibição dos curtas para atingir mais público?
No inicio
das novelas, aconteceriam um boom e muitas pessoas poderiam filmar e ter ideias
novas também. Teve uma ocasião que exibi um pequeno documentário com as imagens
do Gláuber Rocha. Em festas e em grandes telões também poderia ser bem legal.
O curta-metragem para um
profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o
grande campo de liberdade para experimentação?
Pelo
contrário exige mais conhecimento de cinema, o Pedro Severien, por exemplo, o
diretor do curta-metragem que filmei novembro do ano passado no Recife, Pedro tem
um conhecimento grande de cinema e é fã de filmes de vampiros e no curta que
filmamos o "Loja de Répteis" eu sentia muita certeza na sua direção
porque ele entendia a força de uma imagem. E isso não é liberdade é aprisionar
conhecimento e saber usá-lo, e aí sim filmando um curta-metragem, você pode
sim, revolucionar. Só a liberdade pela liberdade fabrica muitas imagens merdas,
veja o que muitos publicitários fazem em TV.
O curta-metragem é um trampolim
para fazer um longa?
Com
certeza. Ir chegando aos poucos num longa-metragem, acredito ser o que todo
individuo artista de cinema merece percorrer.
Qual é a receita para vencer no
audiovisual brasileiro?
Sinto que
hoje existe uma mistura muito confusa pra mim, a "imagem" está
espalhada em todo contexto da vida, em celulares em tablets, Youtube,
pirataria, TV aberta, TV fechada, hologramas até, enfim, você precisa ser muito
original pra vencer neste mercado muitas vezes extremamente fútil, mais isso
também tem a ver com a imagem. Ou seja sinto ser um trabalho bem difícil,
exige sensibilidade do interessado.
Pensa em dirigir um curta
futuramente?
Gostaria sim se tiver esta
oportunidade até porque sou filho de fotógrafo, e aprendi a enquadrar uma
imagem, sincronizar, ver a luz, tudo isso me emociona. E até tenho algumas ideias.