Atriz, diretora e pesquisadora. Doutora
em Teatro pela UFBA - Departamento de Artes Cênicas da Universidade de Brasília
(professora adjunta e pesquisadora). É coordenadora do grupo de pesquisa
Poéticas do Corpo.
O que te faz aceitar participar de
produções em curta-metragem?
Adoro atuar em cinema. Fazer curtas
ainda tem a vantagem de não ocupar tanto tempo, é fácil organizar as outras
atividades profissionais e cotidianas e participar. Um bom roteiro, uma
personagem interessante ou uma equipe bacana são motivos mais que suficientes.
E, a menos que se trate de projeto acadêmico, é importante que haja um cachê,
ainda que simbólico a depender da produção.
Conte
sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Já fiz algumas participações em curtas
acadêmicos, profissionais e experimentais. Todos os projetos me trouxeram
satisfação e alegria. Talvez por ser atriz de teatro, me encantou participar de
alguns trabalhos mais artísticos, em que tive maior liberdade criativa. Esse é
um espaço mais raro no cinema: de abertura significativa a proposições por
parte dos atores. Pra mim, como artista, isso é bem especial. Mas também curto
muito interpretar diferentes personagens segundo as concepções prévias de
roteiro e direção, já que, claro, há sempre espaço para a contribuição do ator.
Por
que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em
geral?
Possivelmente fatores de mercado e
econômicos estão por trás dessa lacuna, mas não tenho tanta clareza. Apenas
lamento, como artista e como espectadora!
Na sua opinião, como deveria ser a
exibição dos curtas para atingir mais público?
Além de mais espaço em TVs fechadas e
abertas, seria maravilhoso, por exemplo, a exibição de curtas antes de sessões
de cinema. Eu adoraria assistir. Não sei como seria isso do ponto de vista
comercial/econômico, já que em tese paga-se pela sessão principal, mas de
qualquer modo seria um início, e ao menos implicaria em divulgação de tantos
bons filmes que ficam restritos a festivais e guetos culturais.
O
curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção)
é o grande campo de liberdade para experimentação?
Não sei se é o grande campo, mas um
grande campo, certamente. O que talvez explique em parte o descrédito e
desânimo das mídias em geral em relação a eles... Como também o fato de que
curtas são muitas vezes associados a diretores iniciantes ou inexperientes.
O
curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Para muitos artistas sim. Não
pejorativamente falando. Mas quem quer fazer um longa, possivelmente fará antes
um curta. Num raciocínio simplório: o orçamento é mais baixo, se errar, o
prejuízo é menor...
Qual
é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Mas
aí depende um pouco do que se entende por vencer... Vencer é vender? É se
tornar uma referência na linguagem? Virar um blockbuster? Ser sucesso de
crítica? Seja o que for, se você descobrir a receita, conta pra gente!
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Honestamente nunca pensei nisso, nem
curta, nem média, nem longa! Minha intimidade com as câmeras é pelo lado de cá,
diante delas. E mesmo assim é pequena ainda. Mas adoro, estou sempre disponível
pro cinema!