Atriz.
No cinema
participou do curta-metragem "Selvagem" de Daniel Lopes e dos
longas-metragens "Jogo Subterrâneo", de Roberto Gervitz; e
"Quanto Vale ou é por Quilo?", de Sergio Bianchi, e dos
curtas-metragens "O Presente" de Cauê Custódio, e "Merda di
Vida" de Mauro Dáddio. Realiza ainda trabalhos na área de Locução e
Dublagem (como "Garoto Cósmico", de Alê Abreu; e "Memórias
Póstumas", de André Klotzel).
O que te
faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Eu adoro
cinema. Gosto de muito assistir e muito mais de fazer. Sou dessas atrizes que
adoram estúdio, de falar baixo, de repetir a cena, do olho no olho, do
famoso.... "menos é mais". Para mim atuar no cinema é mais difícil
que no teatro ou na TV, é um desafio, afinal, como dizia Godard "O cinema
deve ser a verdade 24 quadros por segundo", e eu adoro! Quando estou
envolvida numa produção fico tomada, digo aos meus amigos que poderia filmar
todos os dias da minha vida...
Então,
fazer um curta é, para ser sincera, o que eu gostaria de estar fazendo agora.
No cinema sou uma atriz bissexta, mas mesmo assim gosto de ler o roteiro e
conversar com o diretor antes de aceitar um convite, porque quando o diretor
não sabe o que quer, corre-se o risco do filme se tornar um grande desgaste
para todos.
Conte
sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Sou
formada em cinema pela Faap. Na verdade houve uma época da minha vida em que
entrei numa verdadeira crise com o teatro, com ser atriz e fui fazer cinema. Eu
adorava cinema e resolvi abandonar a atuação e descobrir em qual área, por trás
das câmeras, eu poderia me encaixar no cinema. Achava bonito a direção de arte,
fotografia, roteiro e queria me aprofundar para tentar mudar o rumo da minha
carreira. O fato é que durante todo o curso eu me identificava mesmo com as
aulas de direção de atores, e no meu filme de formatura acabei exercendo essa
função. Em outro curta na faculdade me convidaram para testar os atores e no
final acabei sendo convidada para atuar também. Ou seja após anos de faculdade
me formei no que eu já fazia, atuar e trabalhar com atores. Esse curta-metragem
chama-se "O Presente" dirigido pelo Cauê Custódio e foi meu primeiro
curta-metragem. De lá pra cá fiz mais alguns. Sempre atuando.
Por que
os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Porque
têm pouca visibilidade. Não estão nas salas de cinema comerciais, e aparecem
muito pouco na TV. Mas não acho que haja um preconceito do público em relação
aos curtas, mas talvez dos exibidores e distribuidores.
Na sua
opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Acho que
deveria haver mais festivais, pois o público teria acesso a vários curtas. Eu
muitas vezes fui para assistir um específico e acabei ficando para ver outros e
foi muito bacana. Outra possibilidade seria passar antes dos longas como
acontece com os desenhos da Pixar, ou como acontecia nos cinemas nos anos 80. A
gente gasta um tempão vendo trailer, propaganda e eu acharia bem melhor
assistir um ou mais curtas antes.
O
curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção)
é o grande campo de liberdade para experimentação?
Deveria
ser, mas não acho isso uma regra. Tem curtas muito caretas, e longas mais
arrojados. Depende do diretor. Como o curta é mais barato e pode-se filmar com
câmera digital, os diretores e roteiristas poderiam ousar mais, mas vejo muita
gente tentando reproduzir um modelo mais conservador.
O
curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Para um
diretor, sim. Porque é muito difícil que um diretor que não passou pela
experiência de um curta, venha a dirigir um longa. Mas para os atores não
necessariamente. Atores que nunca fizeram um curta, podem fazer um longa com um
personagem menor, se não tem muita experiência.
Qual é a
receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Participar
dos Festivais Estrangeiros!
Pensa em
dirigir um curta futuramente?
Penso,
mas por enquanto gostaria de fazer mais como atriz.