domingo, 11 de janeiro de 2015

André Deca


Ator. Atuou nos curtas-metragens ‘Depois do Escuro’; ‘Ratão’; ‘KCRisis’; ‘The Bitchhiker’; entre outros.

O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
O roteiro, os profissionais envolvidos e o personagem que eu vou fazer. Me interessa muito fazer personagens que me desafiam, coisas que não fiz, mas principalmente o roteiro.

Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Eu comecei nos curtas em 1998, no filme “Depois do Escuro” de Dirceu Lustosa. Fiquei um período sem atuar, tinha meio que desistido da carreira por conta de grana e tal, até que em 2003 recebi o convite do Eduardo Belmonte que já tinha trabalhado em outros projetos para fazer o curta-metragem “Momento Trágico”, de Cibele Amaral. O curta teve uma ótima repercussão e graças a ele, recebi o prêmio de melhor ator no festival de gramado em 2004 e não parei mais. Já participei de mais de 15 curtas todos de diretores brasilienses.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Não sei, coisas da nossa imprensa. Os longas-metragens não tem espaço, imagina nos curtas. É uma pena.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Acho que a internet é o grande veículo pra exibição dos curtas. Eu acho interessante um projeto que obriga a exibição de curtas antes dos longas em cartaz no “circuitão”. O que acontece é que o grande público não tem o hábito de assistir curtas.

O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Sim com certeza é. Me interessa mais o desafio de se contar um estória num curta do que certas "viagens" de alguns cineastas, mas claro que tem filmes experimentais interessantíssimos e é importante pra formação de uma linguagem, de uma estética e também pra formação dos envolvidos.

O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Acho sim que os curtas são a porta de entrada pros longas, tanto pros diretores como técnicos e atores. A partir dos curtas que se tem uma formação, mas isso não quer dizer que o cineasta vai fazer longas. O caminho é muito árduo tanto pra produção e principalmente pra distribuição dos longas.

Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Não tem receita, eu não acredito nisso de vencer no audiovisual brasileiro. É uma carreira que tem que ser construída. Acho que tem acreditar e não desistir.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Não me sinto capaz ainda, mas quem sabe... Quero sim produzir e encontrar bons roteiros para atuar que é minha paixão no cinema.