Atriz. Atuou na websérie “It
Girls 2″.
O que te
faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Sou amante de cinema. Curta-metragem pra mim, tem
sido a oportunidade de não apenas assistir e sim poder vivenciar o cinema.
Conte
sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Participei de nove produções de curtas,
profissionais e outros realizados por estudantes de Cinema. O que mais gosto
dentro de um set de curta é a vontade e a vocação que cada profissional leva
para fazer daquilo o melhor possível. Um misto de vontade de realizar e
competência. Profissionais talentosos que estão aptos a produzir e amadurecer.
Afinal, cinema, é muito mais do que uma câmera e atores. Por traz daquela
câmera, cada um tem sua importância e todos juntos, fazem daquilo um filme.
Aprendi com a experiência de lidar com produções
diferentes, que os curtas que se mantiveram numa postura profissional, tanto na
pré-produção quanto no set, com o comprometimento com a equipe, foram aqueles
que renderam frutos e que não passaram despercebidos. Mas, às vezes, a falta de
dinheiro é desestimulante, o que faz o curta-metragem não passar de um
“trabalho de escola”. Porém, acredito, como prova viva de um curta que
participei e que foi ótimo para minha carreira, que para realizar um curta, se
faz necessário: talento, determinação e postura profissional, que é o bastante
para ir além.
Por que
os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Temos uma experiência política em geral mergulhada
nas trevas. Essa carência não só dos curtas, assim como o cinema independente,
onde não há espaço, não há investimentos e não há apoio financeiro o
suficiente. Como disse na questão anterior, fazemos porque amamos e acreditamos
na arte da transformação. Uma vez que dinheiro mesmo, não se vê. Porém, sou
otimista e acho que o Brasil tem muito a crescer. Acredito ainda, que um dia
possamos ser mais do que um país do futebol, onde a mídia realmente investe.
Na sua
opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Acho bacana os festivais de curtas. Entretanto,
percebo que neles comparecem apenas profissionais da área e não aqueles que vão
ao cinema num sábado à noite. Porém, não deixa de ser uma oportunidade para
mostrarmos nosso trabalho aos outros profissionais. O Canal Brasil, apoia
bastante os curtas e acho isso um exemplo. Teríamos que fazer a informação
chegar até o espectador para ele aprender a conhecer outros estilos e saber que
pode também ir assistir um festival de curta-metragem. É viável, um
investimento em educação cultural. As pessoas ligam a TV e o que elas veem é só
a novela. Isso desestimula conhecer o inesperado.
O
curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção)
é o grande campo de liberdade para experimentação?
Sem dúvida. Uma viagem naquilo que você realmente
acredita, diante daquele personagem e roteiro. Sem padrão, sem crítica, sem
pudor!
O
curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Um trampolim não diria exatamente, um grande
exercício real.
Qual é a
receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Vou perguntar ao Fellini e já volto. Fellini
desconhece o audiovisual brasileiro rs. Pois é... Digo pelo cinema, em minha
opinião, todo cineasta é um pouco autobiográfico, e acreditar na identidade do
seu próprio cinema é o primeiro e grande passo. Para vencer não sei se é o
caminho, mas existir e persistir como artista.
Pensa em
dirigir um curta futuramente?
Não. Aprecio muito, mas não me vejo fora da tela.
Gosto de estar vivenciando a viagem do diretor.