sábado, 24 de janeiro de 2015

Paula Liberati


Atriz. É protagonista do filme "Amor Líquido", dirigido por Vítor Steinberg.

O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Porque eu amo fazer cinema, independente se é num filme de longa ou curta-metragem. Agora, o que me leva a escolher determinado filme para atuar, primeiramente é o roteiro. Depois o trabalho do diretor. Quero sempre saber a visão dele do roteiro, como ele pensa a câmera, o som, o tempo do filme. E eu gosto de fazer curta-metragem porque tem muitos roteiros bons por aí.

Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Minhas primeiras experiências com o cinema foram em curtas-metragens. Foi onde aprendi a fazer cinema. Tive experiências bem variadas, e o que me fascina é o trabalho em equipe, onde todo mundo é fundamental para o filme ser bom!

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Existem espaços em São Paulo, como a cinemateca que colocam em sua programação curtas-metragens, temos na cidade e no país festivais de curta. O de São Paulo (Kinoforum) é muito legal, mas percebo que é um público formado em sua maioria, pela classe artística. E talvez seja justamente por isso, que não tem uma crítica em jornais e mídia geral, não vejo uma formação de público para tal mercado.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Antes da problemática da exibição, acredito que tudo começa na escola. Se tivéssemos em todas as escolas cursos de cinema, música e outras artes, não formaríamos apenas artistas, formaríamos um público educado, consumidor de arte. Mas uma ideia, é exibir curtas-metragens antes dos longas para ganhar público, força e consequentemente mais espaço para exibição.

O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Não vejo desta maneira. Ele simplesmente é um filme de menor duração. Assim como existem longas-metragens mais experimentais, existem curtas-metragens menos experimentais. Quando vou atuar, não penso se é um curta ou um longa, experimento de acordo com que me é proposto pelo roteiro, pela direção, e pelo o que eu sinto do que a personagem pede.

O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Não necessariamente, mas comigo foi (risos)! Existem atores que já começam fazendo longa, outros que chegam no longa pela televisão, e atores que fazem muitos curtas que nunca fizeram um longa! É meio inexplicável. Não tem uma regra.

Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Estou filmando o longa-metragem, Amor Líquido (direção de Vítor Steinberg) e nosso maior obstáculo é a falta de incentivo, porque todo o resto para vencer, conseguimos reunir: as pessoas talentosas. Com esta experiência te digo que ter a receita é ter incentivo, talento e paixão reunidos.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Já pensei, mas no momento me dedico à atuação. Só que assistindo aos filmes sempre fico atenta à direção. Reparo como a posição da câmera muda a intensidade da atuação. Por exemplo: uma câmera mais fechada no olhar exige uma atuação mais intimista. Já num filme de ação, percebo que a câmera é mais aberta e exige outra intensidade. Essa parte técnica da direção, com certeza, fortalece meu trabalho como atriz, que agora é o meu foco!