Atriz. Foi
uma das protagonistas da mostra teatral "Strindbergman".
O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
O roteiro, a personagem proposta, mas
principalmente o universo do diretor.
Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em
curta-metragem.
Por ter morado um período longo fora do
Brasil, eu só tive experiência com curtas e médias na França. O mercado de
curtas em Paris é bem aquecido, acontecem muitos testes. Com exceção de três
projetos em que fui chamada diretamente, ou porque os diretores me conheciam,
ou porque pesquisaram a minha trajetória no site, todos os outros curtas que eu
fiz foram através de testes. Com a internet é possível hoje em dia assistir os
trabalhos de diretores desconhecidos e saber se aquele determinado universo lhe
diz respeito. A minha experiência com curtas foi sempre muito positiva.
Adoraria atuar em curtas no Brasil.
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da
mídia em geral?
Não saberia te responder justamente por estar
fora do mercado brasileiro. Eu acho que um bom curta é uma grande vitrine para
diretores no momento de captação para novos projetos. Além de uma forma
concreta de um diretor se desenvolver. Acredito que a falta de interesse da mídia
por curtas-metragens esteja relacionada a falta de interesse dos distribuidores
em passar curtas antes de longas-metragens, o que os tornaria acessíveis ao
público em geral.
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais
público?
Alguma lei poderia assegurar que antes de um
longa-metragem sempre houvesse a transmissão de um curta.
O curta-metragem para um profissional da atuação é o grande campo de
liberdade para experimentação?
No campo de cinema sim, mas depende muito da
direção. Ja tive experiência com diretores que, por estarem em inicio de
carreira, não deixavam nenhuma brecha para a experimentação, justamente por
quererem manter um controle absoluto de todo o processo, e exigirem que a
atuação saia idêntica ao passo-a-passo do roteiro e dos desenhos criados no
papel. Como já tive experiências com diretores que me deixaram completamente
livres para propor e absorveram todas as minhas propostas para a criação do
personagem.
O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Acho que não existe regra. Mas o portfólio de
um ator com boas cenas de curtas metragens pode despertar o interesse de um
diretor / produtor de elenco.
Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Não acredito em receitas...
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Não, gosto de atuar de estar do outro lado da câmera.