Ator formado pela Escola de Arte
Dramática da Universidade de São
Paulo (EAD/USP), com
cursos na Oficina de Atores Nilton Travesso, Studio Fátima Toledo, Studio Wolf
Maya, Oficina de Atores, com Vladimir
Capella, e Oficina dos Menestréis, com Deto Montenegro. Em 2008, é indicado ao
Prêmio Femsa de melhor ator coadjuvante pelo personagem Papagueno em "A
Flauta Mágica". Está no elenco da novela Alto Astral, na Rede
Globo.
O que te
faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Penso que
em primeiro lugar um bom roteiro, que me traga um desafio como artista. Depois
analiso a produção, quem está por trás do filme para saber se realmente é um
trabalho que vale a pena se entregar.
Conte
sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
A minha
experiência é pequena e gostaria que fosse maior. Foi justamente por isso que
comecei a produzir os meus próprios filmes de uma forma amadora. Comprei uma
câmera, aprendi a editar e esperava as ideias brotarem na minha cabeça para
fazer virar um filme. Tudo muito simples e sem fins lucrativos. Depois de ter
feito o longa metragem "Os 3" fui fazer meu primeiro grande
curta-metragem com direção de Tuca Paoli chamado "Amadores" que foi
para Cannes e que foi uma linda experiência.
Por que
os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Penso que
não só os curtas mas o cinema nacional em geral está procurando seu espaço
ainda. Sinto uma evolução com os festivais e com grandes atores já consagrados
fazendo curtas. Talvez aumentar o número de festivais ou até quem sabe fazer
com que um curta possa ficar pelo menos um mês em cartaz já que fazer é um
trabalho tremendo. Quem saber a mídia se interessaria mais.
Na sua
opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Como
disse na outra pergunta acho que os curtas deveria entrar em cartaz. Existem
algumas sessões em algumas salas mas pouco divulgadas. Quem sabe um trailer de
curtas enquanto vamos ver um longa? Sei lá, temos que ter ideias novas. Acho
que o Festival Internacional De Curtas de São Paulo está sendo bem divulgado e
eu senti um bom público, tudo bem que sempre mais o pessoal do meio. Agora me
surpreendeu o número de filmes feito de qualquer jeito ou mal feito mesmo. Acho
que a cada cinco filmes que a sessão tinha, dois eram bons. E isso pode afastar
o público também. E lógico que ter mais o apoio da mídia, abrir o jornal e ter
uma página inteira falando de um curta, seria lindo.
O
curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção)
é o grande campo de liberdade para experimentação?
Com certeza o curta-metragem
é uma forma mais viável da gente experimentar todas as maluquices que passam na
nossa cabeça. Editas como o Prêmio Estímulo que premiam estreantes é um
primeiro passo para entrar no mercado do cinema. Muitas vezes os curtas podem
fazer carreira longa em festivais nacionais e internacionais. Ou seja levar o
que você pensa como arte, como ideia pessoal para o público. Lógico que muitas
vezes as pessoas exageram e fazem filmes que são uma viagem pessoal do criador
sem nenhum convite para eu, enquanto público entrar na história...rs. Em 2011
fiz um experimento com minha mãe e minha avó bem amador que teve um bom
resultado. Consegui propor uma reflexão para todos e acho que isso é o mais
importante na arte, apontar um caminho, propor algo.
O
curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Acho que uma coisa não está
ligada a outra. Sem dúvida fazer um curta-metragem de qualidade é ter um bom
portfólio em mãos, mas depois de 10 anos de mercado percebi que quase não
existe teste de curta-metragem, geralmente chamam os amigos atores para fazer.
A minha primeira experiência no cinema foi protagonizar um longa-metragem sem
nunca ter feiro um curta profissional pois existem vários teste de longa
acontecendo o ano inteiro no Brasil que aliás são muito pouco divulgados para
atores novos. Ou seja fazer cinema no Brasil, não é fácil. Mais do que uma
questão de talento, é uma questão de sorte...(risos). Nos meus curtas amadores
até criamos uma frase que é: "Se o cinema não vem até nós. Nós fazemos
cinema."
Qual
é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Trabalhar, trabalhar e
trabalhar. Acho que com o tempo vamos conhecendo as pessoas, as produtoras,
diretores, fotógrafos e etc... e essa teia de contatos ajuda a você entrar no
mercado. O que vem me ajudando muito é fazer publicidade pois acabo conhecendo
muita gente. Em 2012 fiz a próxima série da HBO "O Negócio",
justamente por ter conhecido um pessoal em um comercial de cerveja. Me chamaram
para o teste e lá já conheciam meu trabalho e sabiam que poderiam contar
comigo.
Pensa
em dirigir um curta futuramente?
Com certeza. Já dirigi muita coisa de brincadeira mas
agora to escrevendo curtas para editais para poder fazer com verba um trabalho
mais lapidado e com mais qualidade. Tenho alguns roteiros na gaveta que escrevi
e cada ano namoro um para colocar nos editais. No ano retrasado quase peguei o
Prêmio Estimulo, fiquei como segundo suplente mas foi ótimo para perceber que
realmente se você sabe escrever um bom projeto você pode produzir seu próprio
filme.