domingo, 11 de janeiro de 2015

Marcel Szymanski


Ator. Atuou em ‘400 contra 1 - A História do Comando Vermelho’; ‘Cafundó’; no curta-metragem ‘Garoto Barba’; entre outros.

O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Os mesmos motivos que me fazem participar de produções em longa-metragem, TV e teatro. Acredito. Necessito. Vivo disso.

Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Comecei participando de produções universitárias - aquelas em que tudo é novidade, e que aos poucos vamos nos familiarizando com a linguagem; e que todos aprendem juntos a fazer; onde surge o desejo da experimentação. Algumas produções eram realizadas pela área de comunicação audiovisual da PUC-PR, outras eram experimentos da CINETVPR (Escola Superior Sul Americana de Cinema e TV) – hoje integrada à FAP (Faculdade de Artes do Paraná). Desses lugares surgiram alguns dos melhores profissionais com os quais trabalhei: Diego Florentino, Aly Muritiba, Fábio Allon, Bruno de Oliveira e Adriano Esturilho [diretores de "Circular"]; Christopher Faust [diretor de "Garoto Barba"; Paulo Biscaia Filho [diretor de "Morgue Story"]. Uma das experiências mais marcantes na minha trajetória cinematográfica, foi certamente a participação no curta metragem "A Fábrica", de Aly Muritiba, em que presenciei até onde vai o alcance de uma história contada em quinze minutos.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Muitas coisas ainda não tem espaço na mídia. Contamos com pouca crítica especializada, se levarmos em consideração o número de produções existentes hoje. O surgimento de instituições interessadas em formar profissionais da área é um bom sinal, desde que haja realmente esse interesse. E reciprocidade. É um processo lento ainda. Há a dificuldade. Mas creio que existe o movimento. Os Festivais do gênero promovem com mais facilidade essa troca. A visibilidade e a reflexão que rolam nos festivais realmente deveriam estar mais próximas da sociedade.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Talvez o diálogo entre as linguagens seja um bom caminho. Curtas produzidos, coproduzidos ou apenas exibidos por emissoras de tevê já possuem um bom alcance. Propostas como a da nova lei da tevê paga, por exemplo, que prevê um aumento na exibição de filmes nacionais, podem ser mais um meio de chamar a atenção do público também para os curtas-metragens. As exibições deveriam acontecer não só em cinematecas ou cineclubes, mas em salas comerciais. Não só em algumas cidades, não só em alguns estados, não só no Brasil. Não só os curtas, não só o cinema, mas a Arte em geral.

O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Acho que pra um artista, o curta metragem serve de campo de liberdade pra várias coisas. Inclusive experimentação. Um curta-metragem pode ser um recorte de uma história, uma lente de aumento sobre determinado sentimento ou questão, um simples entretenimento ou uma crítica social. Dá pra experimentar bastante! (risos). Assim como a produção de filmes "menos experimentais" podem proporcionar descobertas surpreendentes! É gratificante e divertido fazer um curta-metragem. É gratificante e divertido fazer cinema!

O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Não necessariamente, mas pode ser. O trampolim pra qualquer trabalho é a qualidade. Se a escolha for aprimorar a qualidade em um curta-metragem pra encarar um longa em seguida, ótimo. Mas pode acontecer o contrário. rs.

Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Também gostaria de saber! rs. Acho que se houvesse uma receita(algo genérico, que servisse pra todos) seria fácil. Busco motivações e verdades minhas. Tento ser verdadeiro. Se eu conseguir alcançar alguém, seja por identificação, seja por suas outras motivações e verdades, já é válido.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Já pensei várias vezes. Sempre penso. É algo que está presente em meus desejos. Tenho vontade de filmar várias histórias, estou amadurecendo a ideia. Enquanto isso, observo os sets e assisto muitos curtas. Minha formação é na área de atuação/interpretação, mas tomei gosto por todas as funções de uma produção cinematográfica. Quero passear em outras funções, inclusive direção.