Ator. Atuou em ‘400
contra 1 - A História do Comando Vermelho’; ‘Cafundó’;
no curta-metragem ‘Garoto Barba’; entre outros.
O que te
faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Os mesmos
motivos que me fazem participar de produções em longa-metragem, TV e teatro.
Acredito. Necessito. Vivo disso.
Conte
sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Comecei
participando de produções universitárias - aquelas em que tudo é novidade, e
que aos poucos vamos nos familiarizando com a linguagem; e que todos aprendem
juntos a fazer; onde surge o desejo da experimentação. Algumas produções eram realizadas
pela área de comunicação audiovisual da PUC-PR, outras eram experimentos da CINETVPR
(Escola Superior Sul Americana de Cinema e TV) – hoje integrada à FAP
(Faculdade de Artes do Paraná). Desses lugares surgiram alguns dos melhores
profissionais com os quais trabalhei: Diego Florentino, Aly Muritiba, Fábio
Allon, Bruno de Oliveira e Adriano Esturilho [diretores de
"Circular"]; Christopher Faust [diretor de "Garoto Barba";
Paulo Biscaia Filho [diretor de "Morgue Story"]. Uma das experiências
mais marcantes na minha trajetória cinematográfica, foi certamente a
participação no curta metragem "A Fábrica", de Aly Muritiba, em que
presenciei até onde vai o alcance de uma história contada em quinze minutos.
Por que
os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Muitas
coisas ainda não tem espaço na mídia. Contamos com pouca crítica especializada,
se levarmos em consideração o número de produções existentes hoje. O surgimento
de instituições interessadas em formar profissionais da área é um bom sinal,
desde que haja realmente esse interesse. E reciprocidade. É um processo lento
ainda. Há a dificuldade. Mas creio que existe o movimento. Os Festivais do
gênero promovem com mais facilidade essa troca. A visibilidade e a reflexão que
rolam nos festivais realmente deveriam estar mais próximas da sociedade.
Na sua opinião,
como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Talvez o
diálogo entre as linguagens seja um bom caminho. Curtas produzidos, coproduzidos
ou apenas exibidos por emissoras de tevê já possuem um bom alcance. Propostas
como a da nova lei da tevê paga, por exemplo, que prevê um aumento na exibição
de filmes nacionais, podem ser mais um meio de chamar a atenção do público
também para os curtas-metragens. As exibições deveriam acontecer não só em
cinematecas ou cineclubes, mas em salas comerciais. Não só em algumas cidades,
não só em alguns estados, não só no Brasil. Não só os curtas, não só o cinema,
mas a Arte em geral.
O
curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção)
é o grande campo de liberdade para experimentação?
Acho que
pra um artista, o curta metragem serve de campo de liberdade pra várias coisas.
Inclusive experimentação. Um curta-metragem pode ser um recorte de uma
história, uma lente de aumento sobre determinado sentimento ou questão, um
simples entretenimento ou uma crítica social. Dá pra experimentar bastante! (risos).
Assim como a produção de filmes "menos experimentais" podem
proporcionar descobertas surpreendentes! É gratificante e divertido fazer um
curta-metragem. É gratificante e divertido fazer cinema!
O
curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Não
necessariamente, mas pode ser. O trampolim pra qualquer trabalho é a qualidade.
Se a escolha for aprimorar a qualidade em um curta-metragem pra encarar um
longa em seguida, ótimo. Mas pode acontecer o contrário. rs.
Qual é a
receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Também
gostaria de saber! rs. Acho que se houvesse uma receita(algo genérico, que
servisse pra todos) seria fácil. Busco motivações e verdades minhas. Tento ser
verdadeiro. Se eu conseguir alcançar alguém, seja por identificação, seja por
suas outras motivações e verdades, já é válido.
Pensa em
dirigir um curta futuramente?
Já pensei
várias vezes. Sempre penso. É algo que está presente em meus desejos. Tenho
vontade de filmar várias histórias, estou amadurecendo a ideia. Enquanto isso,
observo os sets e assisto muitos curtas. Minha formação é na área de
atuação/interpretação, mas tomei gosto por todas as funções de uma produção
cinematográfica. Quero passear em outras funções, inclusive direção.