quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Ana Johann


Roteirista e cineasta. Ana Johann graduou-­‐se em jornalismo e fez especialização em Leiturade Múltiplas Linguagens pela PUC-­‐PR (2203) e especialização em documentário pela Universidade de Barcelona (2005). Atualmente é mestranda do curso Comunicação e Linguagem, com linha de pesquisa em audiovisual. Dirigiu e roteirizou o curta “De tempos em tempos” (2007) e o média-­metragem “Abaixo do Céu” (2010), ambos documentários. “Um Filme para Dirceu” é seu primeiro longa-­metragem onde ganhou um prêmio especial de júri no 45 Festival de Brasília de Cinema Brasileiro e tem passado por importantes Festivais no Brasil e exterior. Atualmente Ana ministra aulas de roteiro e documentário, faz seus próprios projetos e atua como freelance de roteiro.

O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Eu mesmo crio e produzo os meus filmes. Fiz dois curtas até hoje "De tempos em tempos" meu primeiro filme que passou por importantes festivais entre eles o "É tudo verdade" e agora "Notícias da Rainha", ambos documentários, mas este último dialoga com a ficção e o teatro.

Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Eu comecei com curta-metragem "De tempos em tempos" e até hoje só fiz um longa-metragem "Um filme para Dirceu". Foi com o curta-metragem que aprendi tudo o que sei sobre equipe, etapas e como conduzir um filme.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Curtas-metragens são filmes que estão concentrados em um tempo menor de exibição e isso faz com que não tenham espaço de venda em cinemas, porque ninguém quer sair de casa para assistir 20 minutos de filme e ainda mais agora com a quantidade de conteúdos difundidos pela TV e o espaço cinema em crise. Por isso os curtas encontram mais espaço nos Festivais de cinema, mostras e na TV. E quanto aos veículos de comunicação que por sua vez estão atrelados a informação, seguem a mesma regra, eles tem informar que determinado filme está em cartaz, por isso curtas ganham menos espaços, mas também podem ganhar ampla divulgação dependendo dos prêmios que conquiste em Festivais e seleções importantes.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Eu não sou expert em distribuição, então só posso falar como gostaria. Gostaria que pudéssemos agregar curtas e estes sim serem vendidos no Cinema ou que fossem exibidos antes dos longas. Poderia haver também projetos em escolas com exibição de curtas.

O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Por o curta-metragem não ter este viés comercial sim é mais fácil experimentar por que não depende do repertório do público.

O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Acho que o curta-metragem é um importante campo de experimentação para o diretor e outros profissionais que envolvem um filme. Acredito que o planejamento de um filme seja de curta, media ou longa são semelhantes, uma vez que todos eles passam por etapas, como pré-produção, produção e pós-produção. Mas com certeza um longa-metragem exige mais locações, atores e toda a infra aumenta e depende de uma estratégia muito bem elaborada de divulgação e distribuição, sem contar que a verba tem que ser muito maior. Acredito que o curta seja sim um laboratório de experiência, seja estética ou profissional, mas não necessariamente.

Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Receita? Não acredito em receita, acredito em trabalho, dedicação e foco. Depende de cada autor, o que o autor busca? Se busca sucesso de público com certeza tem que ter em mente uma organicidade dramática muito bem elaborada, uma boa estória, com um grande orçamento de produção e principalmente de divulgação. é preciso desde o inicio pensar muito bem o que fazer.