Ator e figurinista. Em 2001, atua em uma montagem de
“O Pagador de Promessas” e, em 2006, Heinz cria uma interpretação marcante em
uma encenação de “Sonho de uma Noite de Verão”. Por seu trabalho na peça,
recebe o Prêmio Braskem de Melhor Ator. No cinema atua em “Ainda
Orangotangos”.
O
que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Sou um ator que desejo aprender sempre. E por ser um profissional autodidata,
vejo em todos os convites de trabalho uma bela oportunidade para adquirir novas
experiências e delas tirar algum proveito para uso em minha profissão. E todas
as vezes que participei de um projeto em curta-metragem sempre aprendi e me
diverti muito.
Conte sobre a sua experiência em
trabalhar em produções em curta-metragem.
Tive o privilégio de estrear em curta-metragem participando em um projeto
fantástico. Fui convidado em 1999 para participar de um plano-sequência chamado
"Outros", com direção de Gustavo Spolidoro. Pra mim um momento de
muito aprendizado, pois tudo era muito novo, a linguagem, os termos técnicos, o
ambiente. Depois deste trabalho fui sendo convidado para novos curtas, sempre
desafios que me deixavam muito empolgado. Outro trabalho que foi muito importante
no meu aprendizado em cinema, foi o curta "À domicilio", com direção
de Nelson Diniz, , que contou com um elenco formado de amigos, onde nos
divertimos criando os tipos e ensaiando as cenas. O resultado é bem divertido.
E outro momento muito legal, foi quando fui convidado por uma turma de garotos
que estavam terminando o curso de cinema, e o resultado ficou muito bom. O
curta se chama "Quarto de Espera", com direção de Bruno Carboni e
Davi Pretto, hoje esses a frente da Tokyo Filmes. Me orgulho de participar
destes projetos que além de me proporcionar realização profissional, me deixa
em contato direto com um coletivo de profissionais criativos e que trocamos
muito.
Por que os curtas não têm espaço em
críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Eu não saberia responder porque. Assim como não sei por que falta espaço na
mídia em geral para o teatro, para a música de boa qualidade, para literatura
que não seja tão comercial. A grande mídia, no meu ponto de vista, não tem
ajudado muito a quem não paga caro pela atenção dela. Sei que a mídia é
importante para divulgação de qualquer trabalho, mas sei também que tipo de
mídia valoriza o tipo de trabalho que faço. Talvez os curtas não tenham espaço
nessa grande mídia que faz mais dinheiro do que divulga arte, mas tenham um
espaço garantido em uma mídia mais direcionada a quem realmente quer saber
sobre a arte menos industrial.
Na sua opinião, como deveria ser a
exibição dos curtas para atingir mais público?
Eu penso que realizando mais projetos, festivais, promoções, que essas
produções em curta-metragem pudessem circular por regiões diferentes das que
foram produzidas. Levar os curtas ao encontro de alunos em escolas e cursos de
arte em geral. Sei que não são ideias nada inovadoras, mas acredito que só chamando
atenção dessa nova geração que ainda está nas escolas e tendo os primeiros
contatos com essa arte, é que teríamos a possibilidade de criar um novo
público. E com o crescimento desse público certamente apareceriam mais espaços
dedicados a essas produções.
O curta-metragem para um profissional
(seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para
experimentação?
Na maioria das vezes acredito que sim. Pelo menos nas minhas primeiras
experiências em curta sempre observei essa busca pelo novo , os profissionais
ligados ao projeto aberto a descobertas. E talvez seja nessa experimentação que
esteja o prazer que encontramos em realizar um projeto em curta-metragem.
O curta-metragem é um trampolim para
fazer um longa?
Acho que no curta-metragem você pode experimentar, para quem sabe no momento em
que aprece um trabalho em longa você possa encarar com mais maturidade e mais
propriedade.
Qual é a receita para vencer no
audiovisual brasileiro?
(Risos). Desculpa, mas sou o tipo de profissional menos indicado para dar essa
receita. Pois acho que é um desfio imenso descobrir, experimentar e ter certeza
que essa é a receita certa. Não sou chegado a receitas. Sou um profissional que
talvez não busca receitas, mas vai experimentando, experimentando, e quem
sabe... Encontra uma forma prazerosa de realizar arte.
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Nunca me passou pela cabeça, assim como muita coisa que ando realizando.