Atriz,
diretora e dramaturga. Foi
coordenadora da Escola Livre de Teatro, em Santo André. Também, até 2010, foi
formadora convidada do Departamento de Artes Cênicas na faculdade em que se
graduou – Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São (ECA/USP). Faz
parte da Cia. dos Dramaturgos, que desenvolve um projeto de dramaturgia chamado
Escrita Aberta.
O que te
faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Principalmente a qualidade do roteiro, se compartilho das ideias dele, tanto
éticas como estéticas. Em segundo lugar, as pessoas envolvidas.
Conte
sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Não foram
muitas, meu trabalho maior é com teatro. Mas, sobre as que fiz, foram experiências
bastante ricas, sobretudo por conta de trabalhar com gente que se interessa
pelo ator como "forma" do filme também, ou seja, o que ele aporta
para o trabalho também é considerado e desejado, para além de representar bem
um papel.
Por que
os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Acredito
que por conta de não ter uma duração comercial. Acho que deveria ser diferente.
Com o teatro também é assim, e a produção fica condicionada a durações padrão.
Na sua
opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Seria bom
te-los no cinema, ainda que nos momentos anteriores dos longas-metragens, por
exemplo. Caso o problema disso tudo seja mesmo a duração não comercial.
O
curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou
produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Sem
dúvida: ainda é um espaço em que se pode arriscar muito, mudar paradigmas. Além
de ser um formato mais viável economicamente.
O
curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Reconheço
que muitas vezes acontece isso. Mas não é, por si. O curta-metragem tem
características próprias, estruturas próprias e também qualidades que se
referem ao tempo da construção do filme. A sonoridade num curta, por exemplo,
pode imprimir muito mais presença como elemento efetivo. Uma trajetória de um
personagem pode se dar ao luxo de permanecer incompleta. A curta duração requer
diferente recepção do espectador, também, o coloca num lugar diferente, frente
a uma "economia", um outro ritmo, outra lógica mesmo.
Qual é a
receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Vencer?!?
Não entendo o que seria isso, ainda mais no Brasil. Conseguir que muitas
pessoas assistam ao filme? Se for isso, muita insistência, muito trabalho,
fazer as coisas que façam sentido para si mesmo, sem pressa e sem perder tempo
(como talvez diria José Saramago, sobre fazer cinema).
Pensa em dirigir um curta
futuramente?
Sim, muito em breve.