segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Ana Levisky


Cineasta. Dirigiu o curta-metragem “Dreidel”.

Qual é a importância histórica do curta-metragem na filmografia nacional?
Não tenho tanta clareza da trajetória do curta-metragem brasileiro, mas a minha impressão é de que hoje em dia a produção é enorme e bastante diversificada.

O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
N faculdade a gente só produz curtas-metragens. Então a minha experiência no meio cinematográfico começou por aí.

Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Até agora só trabalhei em curtas da faculdade: alguns eu dirigi, outros foram dirigidos por colegas, por veteranos... Ainda não tive a chance de fazer parte da produção de um longa-metragem e, apesar de ter bastante vontade, acho o curta-metragem um formato bem legal e pretendo continuar participando de produções desse tipo de filme também.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Os curtas costumam ser difundidos em festivais. Não acontecem sessões de curtas periodicamente no circuito das salas de cinema, pelo menos aqui em São Paulo. Talvez por isso eles ganhem mais atenção em momentos de destaque na programação dos cinemas.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Se as salas programassem com mais frequência exibições de sessões de curtas no meio de tantos longas-metragens, as pessoas teriam mais oportunidade de adquirir o hábito de assistir curtas.

O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Um diretor tem muito espaço para criar dentro do curta-metragem. Mas eu acho que a liberdade que os atores e a produção têm nesse campo depende muito das escolhas do diretor. É claro que todos contribuem com o seu trabalho, mas a concepção do diretor determina muito do que vai ser necessário da parte dos outros envolvidos.

O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Todo trabalho que você faz te dá alguma experiência e provavelmente significa que você fez novos contatos com outras pessoas do meio. Então com certeza fazer um curta te traz certo conhecimento que pode contribuir na hora de fazer um longa, e também em uma produção você pode conhecer pessoas que te convidem para participar da próxima.

Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Tudo depende do que a pessoa considera ser essa vitória. Se for fazer dinheiro, é um caminho. A meu ver, vencer no audiovisual brasileiro seria conseguir produzir o filme que você tem realmente vontade de realizar e fazer com que ele seja visto e reconhecido, mesmo que seja para receber críticas mais duras. O importante é que as pessoas tomem conhecimento do seu trabalho e te deem algum retorno pra você poder refletir sobre sua própria visão.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Espero um dia ter a chance de dirigir um longa-metragem, mas até lá preciso de muita experiência. E como isso significa ter que trabalhar de alguma maneira em várias produções, já me sinto animada em fazer parte desse meio.