Diretor, produtor e roteirista. Ficou
conhecido por seus curtas-metragens “Cine Holiúdy – O astista contra o caba do mal” (2004)
e “Loucos de futebol” (2007).
Seu primeiro longa, o independente “Sunland Heat – No calor da terra do sol” (2004),
foi lançado direto em home vídeo, assim como seu filme seguinte, a produção
americana “Cadáveres 2” (2008).
Dirigiu, ao lado de Glauber Filho, o drama espírita “As mães de Chico Xavier” (2011).
Qual é a
importância histórica do curta-metragem na filmografia nacional?
Como exercício, experimento e formação, é muito
importante, embora tenha pouco impacto nos registros nacionais.
O que te
faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Já fiz participações em curtas de amigos. O mais recente, como autor dos
desenhos e pinturas - algo que faço desde criança e minha grande paixão - para
o personagem central do filme "Olhos Tristes", de Marcoz Gomez. O
motivo sempre é algo relacionado a amizade.
Conte
sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
A
experiência é a mesma que fazer um longa, pois a inércia pra iniciar um filme é
a mesma. A diferença é que o longa continua e o curta para em poucos
dias. O curta é o equivalente a uma luta ganha por nocaute. Te ensina a
ser preciso na narrativa.
Por que
os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Por serem
curtas, o número de realizações é muito maior do que a quantidade de longas, e
isso dilui muito a visibilidade. Também porque muito do que se produz de curtas
não tem forte apelo popular. É preciso entender o curta como uma transição,
exercício, e não exigir dele o que não pode ser.
Na sua
opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
A internet tem sido uma ótima alternativa, assim
como os festivais. Também existem canais de TV fechada e aberta que exibem
curtas. Os espaços são muito bons no Brasil. Restaria apenas a janela do
cinema, mas este é mais difícil, pois parte do material exibido antes dos
longas-metragens são comerciais, e isso é complicado de reverter. Mas seria
lindo ver bons curtas abrindo os longas.
O
curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou
produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Sim, é onde cabem maiores experimentos de
todas as formas. A pressão de acertar não existe, e é onde coisas raras e
inovadoras podem surgir.
O
curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Depende.
No meu caso, foi. Mas nem todo curta tem que virar longa. Porém, pode ser um
ótimo laboratório se esta for a intenção. "Cine Holliúdy" tá aí pra provar isso.
Qual é a
receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Pra
vencer em qualquer lugar, os princípios são os mesmos: estudar, perseverança,
compromisso, profissionalismo, caráter, competência, humildade e talento.
Pensa em
dirigir um curta futuramente?
No
momento, não. Agenda lotada de projetos para os próximos três anos. Mas sempre
tenho um roteiro na agulha. Quem sabe num brecha entre projetos?