Ator.
Integrante do elenco do Teatro
Oficina, participando das
montagens de "O Banquete" e da segunda parte da tetralogia sobre a
atriz Cacilda
Becker escrita pelo diretor José Celso Martinez Corrêa, "Cacilda!! Uma Estrela Brasileira a
Vagar", entre outras.
O que te faz aceitar participar de
produções em curta-metragem.
Principalmente um bom
roteiro, a possibilidade de experimentar, e a chance de conhecer quem serão os futuros
profissionais da área de cinema.
Conte sobre a sua
experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
O legal dos curtas-metragens
é que cada produção é bem diferente da outra. Por estarem começando, ou
por já terem um estilo próprio, cada curta-metragista leva a produção de um
jeito. Muitas vezes por conta de
orçamentos pequenos, ou praticamente nulos, é necessário ser muito criativo na
produção, o que gera um frescor, e uma busca coletiva por soluções, o que é
muito interessante.
Por
que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em
geral?
É uma boa pergunta, não
sei se tenho tanto conhecimento da indústria cinematográfica para responder,
mas arrisco dizer que é uma questão cultural. Não se tem a cultura do curta-metragem
no Brasil, na verdade não se dá valor a Cultura no Brasil em geral, e o
curta-metragem sofre mais por estar na base da cadeia, mas esse descaso
acontece com todas as artes em maior ou menor grau (eu venho do teatro). A
produção de curtas-metragens, no seu geral, é um espaço de gente jovem
começando, para experimentação. O que hoje a grande mídia se interessa em
vender é celebridade, em formatos pop bem definidos e vendáveis. O interesse da
grande mídia, e da sociedade em geral, não é por bem cultural, por obra de
arte, mas pela cultura de celebridades, pela cultura de massa da TV. E esse é
quase sempre o caminho oposto das produções de curta-metragem. Uma coisa
não conversa com a outra.
Na
sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais
público?
O curta-metragem é um
formato tão maravilhoso que ele pode ter a duração de um comercial, ou de um
programa de televisão. Deveria existir uma lei
que obrigasse as emissoras a darem uma porcentagem dos minutos que elas vendem
pra publicidade, para exibição de obras curtas de audiovisual, de preferência
brasileiro. Talvez até o caso do ministério da cultura subsidiar o custo desses
minutos nas grandes emissoras, e escolher o conteúdo através de edital. Ideia
que me surgiu agora. Algo parecido deveria
acontecer em todas as redes de salas de cinema, ser obrigado a passar um
determinado tempo de curta-metragem antes da exibição do longa.
O
curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou
produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Sem duvida nenhuma. Tem
que ser.
Se um curta simplesmente
reproduzir todas as técnicas, formas e formatos das grandes produções ele perde
a chance de fazer diferente, o que num curta, a meu ver, é essencial.
O
curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Acho que o trampolim pra
fazer qualquer coisa é sempre estar fazendo coisas, estar em movimento, fazendo
de preferencia coisas diferentes. Nunca acreditei que tenha UMA coisa que vá me
impulsionar pra onde quero, acredito que buscar estar sempre em movimento é a
saída. Mas não há duvida que cada trabalho bem feito é um trampolim pro
próximo.
Qual
é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Provavelmente não existe
né? Mas se existe... eu não tenho como dar a receita de um prato que ainda não
preparei. Mas já estou tentando descobrir os ingredientes!
Pensa
em dirigir um curta futuramente?
Penso
bastante nisso, porque me interesso muito por varias áreas do set. Já
sou fotógrafo por hobby, gosto da direção, quero aprender a montar, mas tenho
muito pra fazer e experimentar na atuação ainda, ainda vou ficar só nela por um
tempo. Portanto,
podem me chamar, estou aceitando convites para filmes! (risos).