Atriz. Foi professora durante vinte anos. Mecenas de Artes Cênicas ladeada
por Ariano Suassuna e João Cabral de Melo Neto; uma das atrizes mais premiadas de Pernambuco. Prazeres tem uma estátua em sua homenagem em Caruaru.
O que te faz aceitar participar
de produções em curta-metragem?
Quando aceito realizar um trabalho como atriz, em cinema, não tenho a mínima
preocupação se é curta ou longa. Acho que a proposta de realização é o que me
encanta, pois nunca perco a chance de explorar o universo humano. Estou aberta
a aprender, colaborar e me sentir inserida no sonho do outro, que também é
sonhador!
Conte sobre a sua experiência em
trabalhar em produções em curta-metragem. Por que os curtas não têm espaço em
críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Minha primeira experiência em cinema,
curta, foi em 1995 em “América Au Poivre”, de Sergio Oliveira, que me rendeu o
prêmio de Melhor Atriz no XIX Guarnicê de Cine e Vídeo. Daí em diante foi
surgindo outros curtas-metragens e longas, perfazendo um total de vinte e um
filmes. A questão
da atenção da mídia deve-se a aceitação ou não do proposto. Não devemos dar
espaço para que o outro fira nossa emoção; Ela é absolutamente nossa! O Festival
Taquary está aí, mostrando que podemos voar alto. A mídia é quem anda atrás
para divulgar!
Na sua
opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Sou
daquelas que acredito na educação de base – família/escola. Público é e será
sempre aquele que aprendeu a ir, ver, realizar, questionar, transgredir... E
isto se aprende em casa e na escola. É lá que temos a possibilidade de formar
público de bom gosto e critério. Precisa-se despertar o gosto pela arte,
exibindo na própria escola, filmes interessantes e que tenham haver com o
universo contemporâneo. Certamente, teremos frutos promissores! É daí que
surgem os sonhadores, e só quem sonha realiza!
O
curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou
produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Certamente! Ninguém chega a lugar
algum sem o primeiro passo! Experimentar significa dar crédito. Daí em diante é
soltar a imaginação e ampliar horizontes!
O
curta-metragem é um trampolim para fazer um longa? Qual é a receita para vencer
no audiovisual brasileiro?
Que as
nossas realizações não sejam trampolim pra nada, além do prazer de realizar. Se
depois de feito vier frutos, teremos a certeza de que valeu a pena! Não somos
caranguejo e nem parente deles pra querer ande de ré, né mesmo? Além de termos
sonhos, precisamos lutar para que se tornem “verdades”! Então, não há receita
pra se vencer, há estrada pra se caminhar!
Pensa em
dirigir um curta futuramente?
Gosto de
atuar. Dirigir nunca foi meu forte, sinto-me incompetente. Gosto de dirigir
ator, isto sim! Sou essencialmente filha
de teatro e aprendi degustar cada palavra, cada gesto, cada intensão.