sábado, 28 de novembro de 2015

Mariana Loureiro


Formada em Artes Cênicas pela ECA-USP (2000), Mariana, atuou em diversos espetáculos teatrais, integrou o CPT dirigido por Antunes Filho realizando temporada no Brasil e Espanha. Convidada para integrar a companhia teatral do Riverside Studios, atuou em três espetáculos em Londres. Recentemente, esteve em cartaz com “Rua do Medo” de Leonardo Cortez (indicado ao prêmio Shell). No cinema, estreou no longa "Abril Despedaçado" de Walter Salles . Seguiram-se "De Passagem" de Ricardo Elias, "1,99 - Um Supermercado..." de Marcelo Masagão e "Garotas do ABC" de Carlos Reichenbach. Além destes, participou das séries “Casualty”da BBC de Londres, “9mm”da FOX e atuou em diversos curtas-metragens, incluindo produções no Reino Unido e Praga. O último deles dirigido por Fernando Meirelles. É protagonista de "Carmo", longa-metragem de Murilo Pasta, uma coprodução Brasil/Espanha/Polônia, vencedor do prêmio de público da Mostra Internacional de Cinema de SP, selecionado, entre outros, para os Festivais de Sundance, Seattle, Guadalajara, Praga, Festival Latino-americano de SP, Raindance (Londres) e Hollywood Brazilian Festival. Atuou, junto com Regina Duarte, no espetáculo “Bem-Vindo, Estranho” da autora britânica Angela Clerkin e direção de Murilo Pasta.

O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem.
No começo da minha carreira, enxergava o curta como uma possibilidade de exercitar a atuação para cinema. Participei de muitos curtas na ECA-USP, projetos praticamente sem orçamento. Hoje em dia, meus critérios são mais rígidos, pois muitos curtas que eu fiz nunca foram finalizados e isso causa uma certa frustração.
Procuro sempre partir do meu interesse pelo roteiro e saber quais são as pessoas envolvidas. Muitas vezes, a produção não tem grana, mas o roteiro, os personagens são apaixonantes. Aí fica difícil dizer não.

Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Sempre foram muito intensas, geralmente temos pouco tempo para filmar e as condições não são ideais. Mas, pra mim, isso não faz muita diferença quando a equipe está sintonizada e focada. Já filmei em outros países e a dinâmica é muito parecida.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Os críticos, hoje em dia, são uma tristeza. É muito difícil achar quem realmente entenda de cinema e tenha sensibilidade. Acho que a falta de atenção está diretamente ligada à falta de distribuição.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Em alguns países, os curtas que foram premiados em festivais vão para as salas de cinema e passam antes dos longas. Essa seria uma maneira de ir além dos festivais.

O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Sem dúvida! Acho que o medo de errar também está presente na produção de um curta, pois as dificuldades de conseguir recursos e finalizar a produção também são imensas. Porém, geralmente não temos um produtor pensando quanto dinheiro ele vai fazer com o filme e quais concessões devem ser feitas.

O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Acho que o curta pode ser um espaço de exercício para todos os profissionais, mas não deve ser encarado apenas dessa forma. O curta deve ser uma escolha de formato, deve vir da necessidade de contar uma história curta, da urgência, da paixão. A consequência disso pode ser o projeto de um longa, mas a jornada também é longa.

Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
(Risos). Se eu soubesse…

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Nunca pensei, mas quem sabe.