Ator.
Atuou no espetáculo teatral "Coriolano", dirigido por Esther Góes. Atuou também na peça "Laboratório Sexual" onde
assina a autoria do texto e a direção.
O que te
faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Como
ator, tenho a intenção de exercitar meu ofício em todas as vertentes possíveis,
ou seja, teatro, cinema, e TV. Visando colocar dignidade em tudo. Acho que isso
é o que me move a trabalhar diretamente com a arte de representar. Em se tratando de curtas-metragens, a minha
inclinação e motivação se dá, quando me deparo com um bom roteiro, assessorado
por uma equipe capacitada que sabe o que quer fazer e onde pretende chegar com
o mesmo.
Conte
sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
São, em
suma, gratificantes. Tenho tido contato com diversas pessoas e suas
experiências, pessoas, as vezes, mais jovens, eloquentes, com gana por
realização. Observo que em muitos, falta estofo, técnica, malicia, ou
seja, um estudo mais aprofundado. Tenho visto também, que sob muitos
aspectos, num "set" falta alma, sensibilidade, e rigor com os
roteiros. Mas, de verdade, as experiências
que tenho tido com os curtas-metragens que ando fazendo, tem me acrescentado
muito. Me fazem pensar, despertam meu senso crítico sobre meu próprio trabalho,
e salientam a necessidade de estudar cada vez mais, na intenção clara de
aprimorar meu ofício.
Por que
os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Os curtas
tenham espaços segmentados. E percebo que isso vem crescendo, de forma
tímida... gradativa! Mas admito que é sem muita expressão, de fato. Acho
que a questão é cultural aqui no Brasil. Mas também faltam incentivos, crença
no produto, e arrisco a dizer que falta também um pouco mais de ousadia por
parte de quem produz.
Na sua
opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Deveriam
ocupar as salas de cinema, e/ou criarem espaços alternativos bem localizados
voltados pra essa finalidade.
O
curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou
produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Sem
sombra de dúvidas, é um grande exercício criativo, como todo e qualquer
segmento artístico. Quando o trabalho vem embasado, estudado, e com alicerce
tudo entra em validade absoluta. E se vem acompanhado de verdade, alma e
sensibilidade o experimento, seja ele qual for, já terá grande
relevância.
O
curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Pode sim,
ser um prenúncio.
Qual é a
receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Estudo
aprofundado, técnica, competência, vontade, rigor, crença, foco, determinação.
Fatores que nos movem em todos os segmentos, e penso que no audiovisual
não seria diferente.
Pensa em
dirigir um curta futuramente?
Estou desenvolvendo
uma série de web. Apostando num gênero especifico, mapeando o mercado,
estudando a ferramenta, observando o crescimento do produto no segmento. No que se
refere a curta-metragem, posso dizer que já tenho em mãos, alguns roteiros
prontos, que precisariam ser lapidados. Penso que pra eu dirigir um curta, precisaria aprofundar mais em
observações específicas, criar uma intimidade com a câmera e seu universo. Mas
é algo que não descarto. Afinal, também sou diretor teatral, e penso sim que
poderia amadurecer a ideia e abrir um leque de
possibilidades.