Atriz e jornalista. No Núcleo de Pesquisa Revoada atuo no
espetáculo Inspir.Ações para Voar. Sou assessora de comunicação da Cia
Rizomática.
O que te faz aceitar
participar de produções em curta-metragem?
Nunca participei de
produção de curta-metragem. Apenas na faculdade de jornalismo tive o convívio com
estudantes de rádio e TV e pude presenciar alguns fazeres mais de produção de
roteiro e ou programas, assim como minha experiência com programas de TV elaborados
na faculdade.
Por que os curtas não têm espaço em críticas de
jornais e atenção da mídia em geral?
Acredito que na
questão de espaço, não falta apenas para os curtas, mas sim para outros fazeres
de arte também. Este é um âmbito no qual a crítica apenas técnica perdeu seu
valor. O que conta ao meu olhar é a experiência que é proporcionada a cada
espectador, ou seja a crítica tem seu valor sim, seja ela teatral, cinema ou de
curtas, mas precisa ir além dos gostos, do puro serviço ao roteiro cultural e
dos termos melhor ou pior.
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos
curtas para atingir mais público?
Não sou uma
espectadora assídua de curtas, e a maioria dos que assisti foram por indicação
de amigos ou professores, desde a faculdade até a escola de teatro. Acredito
que é possível acompanhar uma vasta programação de curtas, desde salas de
cinema pouco mais alternativos dos que existem nos grandes shoppings centers,
até a espaços culturais que por muitas vezes disponibilizam sessões
gratuitas. Acho que querer
competir com grandes produções de longas é surreal, mas pode-se haver parcerias
para divulgar ou novas estratégias de assessoria para isto chegar ao público.
Mas a maior questão para mim é qual é o público que você quer alcançar? Dizer
que são jovens de 12 a 18 anos pode ser algo extremamente abrangente, em qual
estado, cidade... Estratégia e planejamento, não existe fórmula.
O curta-metragem para um profissional (seja
ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade
para experimentação?
Essa é uma experiência
pela qual ainda não tive a oportunidade de viver, mas acredito que está tal
liberdade para experimentar pode estar em diferentes processos de criação, isto
depende do ator, da direção, dos procedimentos de produção que guiará o
trabalho.
O curta-metragem é um trampolim para fazer um
longa?
Não posso afirmar
nada. Trampolins são fáceis para nos fazer cair, mais do que saltar. Acho que o
percurso que você traça na sua carreira, desde ela teatro, curtas, novelas
podem ajudar a chegar onde você quer. Precisa ter novamente planejamento de
vida, de carreira.
Qual é a receita para vencer no audiovisual
brasileiro?
Não sei no
audiovisual, mas acho que a maioria das áreas no Brasil estão dependendo de
apoios tanto de editais, quanto de empresas para realizar suas produções. O que
é necessário é que estes investimentos sejam oferecidos cada vez em maior
demanda, e entendendo que não é uma prestação de favores, mas sim de
oportunidades de trabalho, educação e cultura a população.
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Não tenho olhar de diretora, mas quem sabe a
produção de um roteiro.