domingo, 1 de novembro de 2015

Daniele Aoki


Atriz e jornalista. No Núcleo de Pesquisa Revoada atuo no espetáculo Inspir.Ações para Voar. Sou assessora de comunicação da Cia Rizomática.

O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Nunca participei de produção de curta-metragem. Apenas na faculdade de jornalismo tive o convívio com estudantes de rádio e TV e pude presenciar alguns fazeres mais de produção de roteiro e ou programas, assim como minha experiência com programas de TV elaborados na faculdade.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Acredito que na questão de espaço, não falta apenas para os curtas, mas sim para outros fazeres de arte também. Este é um âmbito no qual a crítica apenas técnica perdeu seu valor. O que conta ao meu olhar é a experiência que é proporcionada a cada espectador, ou seja a crítica tem seu valor sim, seja ela teatral, cinema ou de curtas, mas precisa ir além dos gostos, do puro serviço ao roteiro cultural e dos termos melhor ou pior.  

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Não sou uma espectadora assídua de curtas, e a maioria dos que assisti foram por indicação de amigos ou professores, desde a faculdade até a escola de teatro. Acredito que é possível acompanhar uma vasta programação de curtas, desde salas de cinema pouco mais alternativos dos que existem nos grandes shoppings centers, até a espaços culturais que por muitas vezes disponibilizam sessões gratuitas. Acho que querer competir com grandes produções de longas é surreal, mas pode-se haver parcerias para divulgar ou novas estratégias de assessoria para isto chegar ao público. Mas a maior questão para mim é qual é o público que você quer alcançar? Dizer que são jovens de 12 a 18 anos pode ser algo extremamente abrangente, em qual estado, cidade... Estratégia e planejamento, não existe fórmula.

O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Essa é uma experiência pela qual ainda não tive a oportunidade de viver, mas acredito que está tal liberdade para experimentar pode estar em diferentes processos de criação, isto depende do ator, da direção, dos procedimentos de produção que guiará o trabalho.

O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa? 
Não posso afirmar nada. Trampolins são fáceis para nos fazer cair, mais do que saltar. Acho que o percurso que você traça na sua carreira, desde ela teatro, curtas, novelas podem ajudar a chegar onde você quer. Precisa ter novamente planejamento de vida, de carreira.

Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Não sei no audiovisual, mas acho que a maioria das áreas no Brasil estão dependendo de apoios tanto de editais, quanto de empresas para realizar suas produções. O que é necessário é que estes investimentos sejam oferecidos cada vez em maior demanda, e entendendo que não é uma prestação de favores, mas sim de oportunidades de trabalho, educação e cultura a população.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Não tenho olhar de diretora, mas quem sabe a produção de um roteiro.