Ator. Formado
no GLOBE-SP - Centro de Formação do Ator.
O que
te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Primeiramente leio o roteiro, obviamente, antes de decidir
embarcar junto no projeto. O interessante é que na maioria das vezes são ideias
muito boas, realmente instigantes. Acho que essa é a principal causa, a ideia.
Se acredito nela, mergulho de peito aberto, e tenho visto muita coisa boa
acontecendo, filmes extremamente criativos e com orçamento quase zero. Acho que
é isso, quando você não tem verba, a criatividade vai a mil, e é o que acontece
muito nas produções de curtas, por isso me motivo a fazer.
Conte sobre a sua experiência em
trabalhar em produções em curta-metragem.
Minha experiência não é tão vasta em curtas, mas todos os
que participei, fiquei muito satisfeito com o resultado. Fossem eles de
estudantes ou profissionais mesmo. Tem uma geração de novos cineastas vindo aí
com tudo. Acredito muito nessa turma. Como já disse, são extremamente
criativos, na maioria das vezes descontraídos e divertidos nos sets de
filmagens, mas quando é hora de trabalhar, vão com as dez. Não teve nenhum
trabalho no qual me diverti não só no momento do “ação” como também nos
bastidores.
Por que os curtas não têm espaço em
críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Infelizmente ainda estamos a mercê das distribuidoras, que
dá pouca ou nenhuma atenção a pequenos projetos, mesmo sendo eles de muita
qualidade. Ainda é a lei do mercado, se eles acham que vende, aceitam, se
não... É um meio fechado e que está nas mãos de poucos. Além disso, a grande
maioria do público que vai ao cinema não tem o hábito de ver curta-metragem,
apenas longa. Talvez seja uma questão de “aprendizado” mesmo. Mas acredito que
chegaremos lá, tem festivais muito bons, muita coisa boa acontecendo, não da
pra ignorar.
Na sua opinião, como deveria ser a
exibição dos curtas para atingir mais público?
Acho que mostras e festivais dão uma boa visibilidade aos
trabalhos, mas ainda é pouco. Deveriam haver salas nas grandes redes de cinema
exclusivas para curtas-metragens. Acredito que aos poucos a coisa pegaria.
O curta-metragem para um
profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o
grande campo de liberdade para experimentação?
Como na maioria das vezes são projetos independentes, existe
mesmo essa liberdade, essa ‘experimentação’, onde a criatividade rola solta.
Mas não podemos deixar de dizer que até mesmo grandes diretores de Hollywood
experimentaram, e até ousaram em longas-metragens. Claro que de uma forma mais
contida talvez.
O curta-metragem é um trampolim
para fazer um longa?
Nem sempre. Depende muito do que se quer levar para telas,
da mensagem, da ideia que se tem. O curta-metragem com certeza dá uma chance
muito maior para novos talentos aparecerem, do que tentar fazer um longa-metragem
logo de cara.
Qual é a receita para vencer no
audiovisual brasileiro?
Volto a repetir com toda convicção o que já disse em algumas
perguntas acima: a criatividade. E modéstia à parte, o brasileiro esta mandando
muito bem...
Pensa
em dirigir um curta futuramente?
Nunca pensei em dirigir, mas obviamente jamais descartarei
qualquer possibilidade. Amo isso, o cinema foi o mote pra que eu decidisse ser
ator. Se um dia tiver oportunidade e vontade, por que não?