Atriz.
Recentemente produziu e atuou no curta ‘Flagra’, de Rene Belmonte. Participou da
série ‘Meus Dias de Rock’, no Canal Brasil. Protagonista do filme ‘A Superfície da
Sombra’,
baseado no livro homônimo de Tailor
Diniz, direção de Paulo Nascimento.
O
que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem.
As
possibilidades, arriscar novas linguagens, mas principalmente o que está sendo dito,
tanto no curta como em qualquer outra produção, eu preciso acreditar no que
está sendo contado.
Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem
Tenho
uma admiração gigante pelo formato curta-metragem, porque meu primeiro contato
com audiovisual como atriz foi em um curta. Recentemente a minha primeira
experiência como produtora foi com um curta, e logo-logo a primeira experiência
como diretora será com um curta. Então quer dizer... Acho que estamos
namorando, espero que dê casamento, que a relação seja aberta, e que não tenha
divorcio, antes das bodas de prata. Já
tive grandes prazeres, como tive desprazeres, já fiz com grana, sem grana, sempre
houve aprendizados. Acho um grande exercício, e sinto que é um bom lugar para avaliarmos
a evolução do nosso trabalho.
Por
que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em
geral?
Eu
sinceramente não sei. Não sei nem se eu concordo que com essa afirmação. Por
exemplo ultimamente o que mais tem chamados atenção das mídias alternativas, são
os mini metragens, existem grandes sites abrindo espaço para isso, se quisermos
produzir hoje, apenas para postar na internet, um grande publico terá acesso. O
que a 30 anos atrás era impossível, éramos dependentes do radio e televisão e
jornal. Acho que esse tipo de produção tá ganhando espaço. Sou otimista! Acho
que a tecnologia veio a nosso favor, para disseminar a informação. Mas
se não estamos falando de mídia em geral, e sim de mídias isoladas como
emissoras de televisão, aí realmente eu não sei. Mas intuo que o publico
de televisão ainda está acostumado com sensacionalismo e não dê espaço
para as sutilezas da linguagem cinematográfica. Mas
no fundo não posso generalizar, pois eu mesma tive influencias positivas da
televisão no Rio Grande do Sul, que até hoje estimula a produção, e exibe dois
programas só de curtas.
Há
pouco tempo também, a televisão fechado criou um canal só de exibição de curtas-metragens,
também temos o Canal Brasil, um grande apoiador. Também
não podemos ignorar que estamos passando por um período politicamente precário.
Isso deve interferir diretamente no apoio da mídia, para produções
independentes, afinal um curta pode passar uma forte impressão em pouco tempo, e
sabe se lá do que...Pelo pouco que estudei o cinema brasileira perdeu força, principalmente
depois do golpe, com censura e repressão. Acho que ainda colhemos frutos disso.
Na
sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Como
já está sendo feita, aos poucos, pelos canais de internet, televisão, e acho
que todo filme exibido aqui deveria ter um curta antes de começar, nacionais e
importados.
O
curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou
produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Sim
com certeza! E
sou super a favor de fazer um pouquinho de cada coisa dentro disso, pois depois
de experimentar, você se colocar sob uma nova perspectiva na sua função.
O curta-metragem é um
trampolim para fazer um longa?
Um
trampolim eu não eu sei, acho que cada curta é passo, de passinho em passinho
dá pra chegar. É um bom exercício.
Qual
é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Conhecimento
e fé, com pitadas de amor.
Pensa
em dirigir um curta futuramente?
Sim,
logo-logo vou dirigir “Doses Homeopáticas” de Jeyce Valente.